14 de maio de 2010

Celulares dos paulistanos terão mais dois dígitos a partir de 2011


Mudança se dará devido ao crescimento do mercado; proposta será colocada em consulta pública na próxima terça-feira e ainda pode ser alterada.

No ano que vem os celulares da região metropolitana de São Paulo devem ganhar mais dois dígitos. A mudança é necessária porque, diante do crescimento vertiginoso do mercado, no fim deste ano já deverão começar a ficar escassas as combinações possíveis usando os atuais oito dígitos. O parecer sobre o assunto, da conselheira da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) Emília Ribeiro, foi aprovado nesta quinta-feira, 13, na reunião do conselho diretor da agência.


A proposta, como informou a conselheira ao Estado, será colocada na próxima terça-feira em consulta pública, por um prazo de 45 dias, para ser discutida com a sociedade e ainda poderá ser alterada. A sugestão elaborada pela área técnica da agência, segundo Emília, é de se criar um novo código de área para a região metropolitana. Assim, os celulares que entrarem depois da implantação da medida serão precedidos do código 10 e os atuais telefones manterão o código 11, que já faz parte do número, mas não é usado atualmente nas ligações locais.

Depois da mudança, para fazer uma ligação para os atuais celulares, a pessoa deverá discar 11 e o número antigo. Para chamar os celulares adquiridos a partir da alteração, será necessário discar 10 e outros oito dígitos. Por isso, na hora de dar o número para um cliente ou amigo, por exemplo, a pessoa terá que informar os dez dígitos de seu telefone.

Mesmo com a mudança, as ligações feitas dentro desta área continuarão a ser tarifadas como chamadas locais, de acordo com a proposta. Se a ligação for feita de fora da região metropolitana, esses dois prefixos funcionarão como um DDD. Nestes casos, as ligações continuarão precedidas de zero, código da operadora de longa distância e o número 10 ou o número 11, mais os oito dígitos.
As operadoras que atuam na região deverão negociar com a Anatel um cronograma para adequação das redes. É com base nesse cronograma que se decidirá quando a mudança entrará em vigor, mas a estimativa da conselheira é de que ocorra no próximo ano. As empresas terão ainda que fazer uma campanha de esclarecimento aos clientes e à população em geral. Toda essa mudança vai custar R$ 135 milhões, segundo Emília.

De acordo com a Anatel, no fim de 2009, existiam 25,47 milhões de celulares em operação na região metropolitana de São Paulo, enquanto a disponibilidade numérica é de 37 milhões. Com o novo código de área, essa capacidade subirá para 74 milhões. "Persistindo o crescimento da demanda, a quantidade de recursos de numeração alcançará a capacidade existente no final de 2010. Donde se verifica a necessidade iminente de implementação de uma solução que garanta a disponibilidade desse recurso", diz o relatório.


Demanda

A Anatel dispõe de dados que comprovam que a telefonia celular "não demonstra nenhum sinal" de que o ritmo de crescimento da demanda será reduzido. A agência verificou também que além da elevação no número de usuários, há aumento na demanda porque muitos clientes têm mais de um chip, de operadoras distintas. Para discutir a proposta, a Anatel promoverá duas audiências públicas, uma em São Paulo e outra em Brasília.

A medida ainda não é necessária em outros locais do País, segundo a Anatel, porque há sobra de combinações de numeração. Chegou a ser pensada na alternativa de se acrescentar um dígito em todos os celulares do País, mas essa sugestão acabou não sendo aceita porque representaria um gasto muito grande para as operadoras e uma alteração significativa para os clientes, sem a efetiva necessidade.

A mudança em São Paulo deverá começar por equipamentos que utilizam chips de celulares, como máquinas para pagamento com cartões de crédito e modens de acesso à internet pela rede móvel. Essas máquinas também têm um número, como o do telefone celular. Se considerarmos esses equipamentos, a capacidade total sobe para 40 milhões de combinações, e, em dezembro do ano passado, 33,9 milhões já estavam em uso.


Fonte: AE / O Estado de S. Paulo

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